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Jornal Terra Ruiva - Feira do Folar

Aqui fica o artigo sobre a Feira do Folar que saiu na última edição do Jornal "Terra Ruiva"... Faça o favor de comentar.

 


 

Feira do Folar anima Páscoa em São Marcos da Serra
A 11ª Edição do evento levou centenas de pessoas ao interior do concelho de Silves à procura das especialidades serranas.
 
À semelhança do que vem acontecendo todos os anos a Páscoa trouxe a São Marcos da Serra mais uma Feira do Folar. Este ano na sua décima primeira edição, a feira decorreu entre os dias 10 e 12 de Abril, procurando aproveitar o fim-de-semana prolongado e as mini férias que muitos portugueses gozam nessa altura.
O evento é organizado pela Câmara Municipal de Silves e procura divulgar os produtos típicos da aldeia, com evidente destaque para o Folar, proporcionando ao mesmo tempo alguma animação, sempre bem-vinda, àquelas paragens. O Largo da Igreja serve de cenário ao certame, revelando-se o lugar ideal para que os visitantes se integrem na aldeia e na serra, sempre presente como pano de fundo. Ao todo a edição de 2009 contou com 14 expositores locais, todos participantes já habituais.
No percurso pelas “barraquinhas”, além da simpatia serrana, encontramos as “costas doces”, as “costas de torresmos” (uma espécie de pão com torresmos), doçaria diversa, linguiças, farinheiras, chouriças, carne na banha, presunto, mel, aguardente de medronho, licores de inspiração serrana, leitão assado e os inevitáveis folares. O produto rei do certame aparece em várias versões, todas típicas do Algarve, mas com destaque para o “folar serrano” que se diferencia dos outros pelo ovo “cravado” na massa. Contam os mais velhos que, noutros tempos, os ovos eram a diferença entre um “folar rico” e um “folar pobre”.
Junto ao palco, montado no centro do largo, estão as 2 “tasquinhas” que servem aos visitantes alguns petiscos da região. A Dona Olívia e o Tóni não tiveram mãos a medir para “acudir” aos pedidos dos muitos “fãs”, que já conquistaram de edições anteriores, e dos clientes habituais de todo o ano nos seus estabelecimentos. Nas ementas encontramos os caracóis, a “orelha de porco”, os “carapaus alimados”, o “jantar de grão”, os “pipis” e os enchidos típicos, entre outros.
A animação ficou, na edição deste ano, um pouco aquém das expectativas, com música gravada a fazer som ambiente e o Folclore a funcionar como o “ponto alto” de cada um dos três dias da Feira. Presentes estiveram os Ranchos Folclóricos de Faro, da Luz de Tavira e o Infantil, Juvenil de Loulé. Do programa constava ainda o tradicional concurso do Melhor Folar mas o certame encerrou sem que qualquer prémio ou vencedor tivesse sido anunciado pela organização, facto que deixou alguns dos participantes surpreendidos.
Em época de crise não seria de esperar recordes de afluência, até porque este ano o tempo não ajudou com vento e temperaturas pouco habituais para época. Ainda assim, com o decorrer da Feira, o número de visitante foi aumentando e Domingo acabou por ser, à semelhança de outros anos, o dia mais movimentado. O “Terra Ruiva” tentou apalpar o terreno e perceber o que pensavam locais e “forasteiros” da Feira do Folar. Encontramos opiniões diversas sobre um denominador comum: o evento é importante e deve ser mantido. Ainda para mais sendo o único que trás visibilidade regional à aldeia.
Entre os locais um dos temas quentes era o distanciamento que, de há 3 anos para cá, a Junta de Freguesia de São Marcos da Serra mantém em relação ao evento. José Folgado, o presidente local, escusou-se a abordar o tema mas o “Terra Ruiva” conseguiu apurar, junto de fontes próximas do autarca, que tal afastamento se ficou a dever a discordâncias com a câmara no que diz respeito ao enquadramento do evento em várias vertentes. A Câmara Municipal de Silves tem optado por organizar o evento deixando a cada expositor a responsabilidade total pela sua presença, pela comercialização dos produtos, pela qualidade - e legalidade - dos mesmos, bem como pelas questões fiscais inerentes a qualquer evento desta natureza. Já a Junta de Freguesia entende que, enquanto parte da organização, deve ser responsável por todos e procurar por isso um enquadramento legal para a Feira do Folar que proteja os participantes e a população de “surpresas desagradáveis”. Não se vislumbra resolução para o extremar de posições neste assunto e é de prever que, com o actual cenário político em 2010, a situação se mantenha para prejuízo de todos.
Locais e visitantes frequentes partilham a ideia de que a promoção do evento foi “péssima”, resumindo-se “a duas ou três faixas” e a uma comunicação à imprensa regional sem grandes efeitos. A animação “também podia ser melhor”, havendo quem diga que o “palco teria que ser coberto, como já foi, e sempre pisado por gente capaz de animar a festa”. Comum a todos é a sensação de estagnação, quer ao nível dos participantes/expositores, quer ao nível dos visitantes que, sugerem alguns, “poderia ser colmatada acrescentando novos pontos de interesse a cada ano”.
As opiniões divergem bastante quando falamos com novos visitantes. Há quem goste do aspecto pitoresco da Feira e prometa voltar; e há quem tenha ficado desiludido por esperar maior dimensão e animação. Boa parte dos comentários forasteiros prende-se com os preços elevados dos produtos, sendo que “alguns nem são caseiros” como afiança um colaborador da própria organização. Para Carlos Matoso, 53 anos, natural de Alenquer, “o folar à beira-mar é bem mais barato que aqui na serra”, confessa ter estado em Paderne dias antes numa mostra sobre o mesmo tema e a sua indignação vem do facto de ter pago “quase 7 euros por um folar e 12 euros por uma farinheira”. Ainda assim, acrescenta, “valeu a pena conhecer a aldeia”, prometendo voltar no futuro.
José Rodrigues, 37 anos, natural de São Marcos da Serra refere que “há menos animação e menos divulgação” e que desta forma “haverão de ser menos os visitantes”. Refere também que “é importante manter este evento na freguesia” lembrando o empenho da Câmara Municipal ao longo destas 11 edições. “A feira e os jogos do Serrano FC – que subiu de divisão esta época – vão sendo os eventos que colocam São Marcos no mapa.”
A importância social da Feira é unânime e inatacável. Por ali se cruzam uma vez por ano homens e mulheres, naturais da região, que o tempo e as circunstâncias da vida afastaram. É também através da feira que muitos dos habitantes da aldeia vão mantendo contacto com as gerações mais novas, havendo mesmo quem diga: “Para se rever alguém por aqui apenas temos a feira e os funerais”. Para o ano há mais e em São Marcos da Serra todos prometem esperar ansiosamente pela data.
In. Jornal "Terra Ruiva" - Abril de 2009
publicado por Paulo Silva às 18:28 | comentar | ver comentários (7) | favorito
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Crocodilos...

"Dois amigos encontram-se no café, em Messines"

 

- Então pá! Por onde tens andado?! Nunca mais apareceste por cá!
- Oh, sabes como é a vida. Estou em Albufeira a viver. Tenho lá um pequeno negócio. E tu?!
- Eu continuo por cá. Gosto do concelho.
- Não me digas que trabalhas na câmara?
- Trabalho! Como adivinhaste?!
- Palpite. Lembrei-me que te vi por ai nas campanhas do PSD e como agora dizes que gostas de viver por cá... ocorreu-me.
- Ahh, mas não foi por isso que me contrataram. Não arranjavam no Algarve outro tipo com minha especialização. Aliás, no concurso, concorri sozinho.
- Sim?! E qual é?! Estavas em Zoologia, não era?!
- Pois. E especializei-me em Crocodilos Australianos. Em Portugal só somos 2 e quando abriu o concurso o outro estava a fazer um estágio na Austrália. Ganda sorte.
- Há crocodilos australianos no Arade?
- Não! Que ideia parva!
- Então o que fazes lá?!
- Agora estou a tirar uma formação para me adaptar à realidade do concelho. Daqui a mais 4 meses também serei especialista no lince ibérico.
- Mas não havia já pessoas especialistas no lince a trabalhar na câmara?!
- Sabes que os linces são muito sensíveis. As normas internacionais dizem que deve haver dois especialistas por lince.
- Essa é boa. Nos jardins-de-infância é uma educadora por cada 8 crianças!
- E o que tem isso a ver?!
- Nada. Lembrei-me... Não devias estar a trabalhar a estas horas?
- Estou a trabalhar. Sabes o escritório que nos deram é muito pequeno e só tem um computador. Fazemos por turnos. Depois de almoço passo por lá para ver os emails.
- Mas não deveriam trabalhar no campo? Na reserva cinegética, por exemplo?!
- Que ideia!!! E o que é que fazíamos por lá?! Não há lá nada!!
- E compensa-te vir tomar café a Messines e depois voltar para lá?!
- Tenho um carro da câmara com cartão GALP Frota, não há problema!
- Quanto é que ganhas, se não é indiscrição?!
- Pois esse é que é o problema. Pagam-me de acordo com a tabela. 1.600 Euros por mês. Mas já os encostei à parede. Ainda este ano me vão nomear para qualquer coisa e passo a ganhar mais 1000 euritos todos os meses.
- Vão-te nomear para qualquer coisa?!
- Sim. Alguma coisa se há-de arranjar. Senão vou-me embora. Tenho uma proposta da Câmara de Lagoa.
- Há crocodilos em Lagoa?!
- Acho que não! O Zoomarine é em Albufeira, não é?!
- É.
- Então não há crocodilos em Lagoa, de certeza.
- O Zoomarine tem crocodilos?!
- Deve ter. Se tem golfinhos também deve ter crocodilos!
- Tens a certeza que acabaste o curso?!
- Claro, fui o segundo melhor em Portugal.
- Estás bronzeado!
- É. Estive em Marraquexe o mês passado.
- De férias?!
- Não. Fui em trabalho.
- Crocodilos ou linces?!
- Nem uma coisa nem outra. Como falo bem inglês acharam que poderia ser útil para traduzir algumas coisas?
- Mas em Marrocos falam árabe e francês?!
- Mas em Gibraltar falam inglês.
- Para ir para Marrocos não tens que ir a Gibraltar.
- Estava prevista uma paragem por lá, mas acabamos por não ir.
- Gostaste?
- Do quê?
- De Marraquexe?
- Xiça!!! Faz-me lembrar o Algoz! Casas a cair, carros por todo o lado e um condomínio de luxo no centro.
- E de quem é a culpa?!
- Deve ser das pessoas do Algoz. Minha é que não é, nunca tive que trabalhar no Algoz.
- Mas olha que no Algoz há crocodilos!
- A sério??!!!!
- A sério. No Crazy World!
- Enaaa!!!!! Tenho de lá ir!! Isso fica perto das vinhas daquele gajo do Barranco Longo?
- Fica. São excelentes os vinhos de lá, não achas?!
- Bahhh. Uma porcaria.
- Já provaste?!
- Não preciso de provar. Ouvi dizer.
- Quem te disse?!
- Basta saber que o produtor acha que o concelho não lhe dá dimensão. Se os vinhos fossem bons não precisava de dimensão.
- Acho que ele se refere ao concelho reconhecer os seus casos de sucesso, mesmo quando eles não são apoiantes do PSD.
- Isso são tangas. O concelho apoia todas as pessoas por igual. Olha agora até apoiamos o presidente da junta de Messines na organização de uma exposição.
- Acho que isso é para enterrá-lo mais ainda.
- O que queres dizer com isso?!
- Não me parece que numa altura de crise seja boa opção organizar coisas como aquela, com publicidade a monte e festas VIP. Acho que a imagem do presidente começa a estar colada à organização de eventos.
- Então?! Queixam-se que não há nada e depois quando se faz alguma coisa queixam-se que há coisas a mais?!
- O que quero dizer é que o trabalho de um bom político tem que ser como uma espetada mista, nunca pode ter dois bocados de carne de porco de seguida.
- Bem, neste caso é uma espetada de porco, sem toucinho nem pimentos. Pode ser que assim ele perca a junta.
- E o que ganhas com isso?
- Assim não precisava de ir a Silves ver os emails. Podíamos arranjar um consultório para mim ali no edifício da junta.
- E atendias o quê no teu consultório?! Crocodilos?
- Não. Podia dar conselhos à população sobre o lince.
- Que conselhos?
- Sei lá... tipo: Nunca dê comida ao lince ibérico.
- Eu acho que as pessoas de cá estão pouco preocupadas com o lince nesta altura.
- Vão vir muitos turistas ver o lince. Vai valer a pena.
- Haverão de ficar hospedados na estalagem de São Marcos.
- Estás a gozar?! Olha que a estalagem vai ficar um espectáculo. Tão boa que até o pessoal daqui há-de querer lá ficar pelo menos uma noite.
- Só estou a ver os putos a querer lá ficar por umas horas, mas até para esses sai mais barato o Íbis em Faro.
- Se houvesse crocodilos no Algarve era em Faro de certeza, por causa da ria.
- Sabes onde é que podias por os crocodilos?!
- Pá, também não precisas de ser ordinário!
- Na Barragem do Funcho. Lá é que os devias meter. Isso é que trazia turistas.
- Boa ideia!!! Vou propor isso na próxima reunião lá na câmara. Soa-me a mais um aumento por nomeação: Coordenador de Répteis da Barragem do Funcho.
- Fica bem e dá cumprimentos à família.
publicado por João da Serra às 23:04 | comentar | favorito
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Abr 09
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Ninguém promove o museu?!

É estranho que, numa aldeia que vai albergar o “Futuro Museu do Azeite”, a câmara não aposte desde já na divulgação do espaço utilizando o único evento da nossa freguesia para isso!! Falo da Feira do Folar. Estive lá e não vi nenhuma referência ao tal museu. Até parece que a CMS não tenciona acabá-lo tão cedo!!! Será?!!

Se o jardim de Messines demorou 5 anos a fazer (dava para fazer 3 Pontes Vasco da Gama) , a julgar pela complexidade da obra do museu/estalagem, teremos tudo pronto lá para 2018!
publicado por Paulo Silva às 23:10 | comentar | ver comentários (6) | favorito
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Abr 09
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Os outdoors que faltavam...

 

Estamos em fase de apostas para ver o que nos reserva esta campanha... Se vota na opção "A" escreva "eu sou tolo" nos comentários... Se vota na opção "B" escreva "eu sou mesmo parvo" nos comentários...

 

OPÇÃO A:

 

OPÇÃO B:

publicado por Paulo Silva às 22:57 | comentar | favorito
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Isto vai bem

Tirando o rally de Portugal nada levanta pó na freguesia de São Marcos da Serra desde o início do ano. É por isso que também eu tenho andado arredado do blogue e chateado por notar que nos últimos tempos a debandada tem sido bem visível. Por este andar não aguentamos até às próximas autárquicas.

O tema é doloroso mas tem que ser colocado:
O que fazer com a freguesia de São Marcos da Serra quando (e já falta pouco para isso) deixar de ser viável manter a actual estrutura? Não era a primeira vez que uma freguesia era extinta e o seu território espartilhado entre as freguesias vizinhas. Isto dá, como se diz na gíria, “pano para mangas” e de certeza que se irá debater o assunto.
Na politiquice da aldeia temos o “tabu” José Folgado. Toda a gente sabe que o homem se vai recandidatar, mas como ele ainda não foi à SIC Notícias formalizar a coisa diz-se na aldeia que “se ele se candidatar, ganha”. Cuidado Maya, que esta malta de São Marcos não brinca. Temos também uma certeza no lado do PSD, o nome do candidato acaba em “rita”, ainda não se sabe é se de Cabrita ou de Rita. No PCP, aposto eu, haveremos de ter os mesmos cartazes de há 4 anos, que isto não é altura de grandes desperdícios. Já se sabe que isto é como no futebol: “A bola é redonda, são 11 de cada lado e no final ganha a Alemanha.”
Não vejo a hora da Estalagem abrir portas e de, num passe de mágica, centenas de turistas em idade de reforma passarem a subir, esbaforidos, as ladeiras da aldeia para comprar na “rua das lojas” artesanato típico da aldeia. À noite passa tudo para a “rua dos bares” onde se embebedam até altas horas. Vai ser uma animação. Eu, se vivesse em Lisboa e me apetecesse umas férias na natureza pensava de imediato em São Marcos da Serra. A biodiversidade é fantástica: existe esteva, chaparro, silvado e eucalipto em diversas formas e todas biológicas. Aqui não temos plantas de plástico. Para descansar o local também é o máximo, com a linha do comboio a 30 metros e duas subidas do caneco a ladear o edifício e a garantir que as Zundapeiras são obrigadas a abrir o escape.
Era mesmo disto que nós precisávamos para desenvolver a vila! Obrigado!
publicado por João da Serra às 03:18 | comentar | ver comentários (2) | favorito